terça-feira, 5 de março de 2013

Queridas visitantes ou amigas!

Há bastante tempo não entro aqui, muito menos leio e-mails. Espero que compreendam, pois decidi dar um tempo desse assunto na minha vida, só voltarei a pensar em engravidar novamente ano que vem!
Muitas coisas aconteceram, positivas e negativas, então decidi colocá-las em seus devidos lugares: aproveitei as boas e descartei as ruins, mas não sem antes absorver o aprendizado.
Vou finalizar o capítulo da segunda perda para encerrar esse ciclo aqui: continuei com pequeno sangramento até aproximadamente 10 de janeiro, mas as borras marrons me acompanharam até 16 de janeiro. Menstruei em 19 de janeiro e o sangramento foi mais longo que o habitual, quase 10 dias. No período fértil do ciclo seguinte, saíram borras marrons juntamente com aquela "clarinha de ovo"... Menstruei novamente em 11 de fevereiro e a mesma coisa ocorreu quando entrei no novo período fértil.
Não fiz nenhuma ultrassonografia para saber se o útero estava "limpinho", como fiz no primeiro aborto. Desta vez, como estava super bem, esperei o organismo limpar sozinho. Atualmente já não tenho nenhuma borra de café, acho que a natureza cumpriu seu papel. Bom lembrar que desta vez não tomei nenhuma medicação para ajudar no aborto. Sobre o emocional, tenho que ser sincera, não fiquei nem um pouco abalada. Nada. Cada vez mais aceito a vida como ela se apresenta. Isso não quer dizer que não ajo para mudar, muito pelo contrário: analiso a situação, planejo a ação, mas aceito o resultado do esforço empreendido. Deu certo? Ótimo! Deu errado? Tente de novo, se for possível e bom para você. Caso contrário, aceite e mude o rumo da vida, procure outro foco, sempre temos algo a fazer e realizar.
Essa história de engravidar acabou por atrapalhar alguns planos, hoje percebo que realmente não era a hora de ter um bebê. Mas como tive uma segunda chance do destino, agora vou fazer tudo certinho, preparar o momento para ser como eu acho que deva ser. Se vai dar certo, não sei. Se não der, aceito e tomo outras providências, mas uma coisa garanto: não vou deixar de ser feliz nunca. E tenho um ano inteirinho para focar nisso! Uhuuuu!

OBS.: Meninas queridas que escreveram para o e-mail, quero deixar um recado: TODAS as minhas experiências estão relatadas aqui, tudinho mesmo. Não faltou nada, garanto. Se vcs tiverem alguma dúvida, vá no campo "pesquisar", digite o termo e certamente surgirá meu texto a respeito. Acreditem! Desejo TODA SORTE DO MUNDO a vocês!!!!!!!!!! E prometo voltar ano que vem, caso não me esqueçam hehe.

Sintam-se beijadas e abraçadas por 1 ano!

sábado, 22 de dezembro de 2012

2º Aborto - Diário Clínico

Olá, queridas.

Bem, hora de iniciar o novo diário clínico. Como andam dizendo na novela, 'esse é o meu tapete' rs.
Eu tinha consulta marcada com minha médica para sexta-feira. Ia fazer um USG para ver se o 'ovo cego' estava no útero ou na trompa. Sim, queridas, pelo visto desta vez foi uma gestação anembrionária. Tenho quase certeza devido aos valores baixíssimos do beta HCG... Perdi a oportunidade de saber ao certo, mas tudo bem, não tenho bola de cristal e não ia imaginar que desta vez o aborto fosse iniciar tão cedo. Mas vamos direto ao assunto. Revisando:

Primeiro dia da última menstruação: 11/11
Data provável da ovulação: 23 ou 24/11
Data limite para fecundação/concepção: 26 ou 27/11
Data provável da implantação no útero (7 ou 8 dias depois da concepção): entre 02 e 05/12
Data provável do início da produção do HCG: entre 02 e 05/12
Então a contagem do beta HCG pode ser iniciada tendo como datas-base 02 e 05/12 e assim consultar a tabela de semanas.

No meu caso:


Data do 1º beta HCG: 11/12, 3 dias de atraso menstrual, 9 dias após a implantação (se considerarmos que tenha ocorrido em 02/12) ou 6 dias após a implantação (se considerarmos que tenha ocorrido em 05/12).

Valor: 111,80 mUI/ml.

Data do 2º beta HCG: 15/12, 7
 dias de atraso menstrual, 13 dias após a implantação (se considerarmos que tenha ocorrido em 02/12) ou 10 dias após a implantação (se considerarmos que tenha ocorrido em 05/12).
Valor: 279,90 mUI/ml.
Evolução: aumento de aproximadamente 60% a cada 48h.

Data do 3º beta HCG: 17/12, 9
 dias de atraso menstrual, 15 dias após a implantação (se considerarmos que tenha ocorrido em 02/12) ou 12 dias após a implantação (se considerarmos que tenha ocorrido em 05/12).
Valor: 303,10 mUI/ml.
Evolução: aumento de aproximadamente 8,30% a cada 48h.

Data: 21/12/12, 13 dias de atraso menstrual.
Sintoma: Sangramento leve iniciado às 22h, tipo princípio de menstruação, alternando entre secreção rosada e marrom escuro.

Data: 22/12/12, 14 dias de atraso menstrual.
Sintoma: Aumento discreto do sangramento, ainda tipo princípio de menstruação, na cor vermelho vivo.

Amores, eu volto para descrever até o fim, como na outra vez.

Beijos!



quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Interpretação da Tabela de Beta HCG

Olá, amigas!

Bem, realizei meus dois primeiros betas desta gestação no BRONSTEIN, aqui no Rio de Janeiro. O exame quantitativo vem cru, apenas com as referências:

Negativo - Inferior a 5 mUI/mL
Indeterminado - 5 a 25 mUI/mL
Positivo - Superior a 25 mUI/mL
Mulheres pos-menopausa - inferior a 8 mUI/mL

Porém fiz o último no LABS D'OR, também no Rio de Janeiro, pois tinha outros exames para realizar em conjunto. Fiquei feliz ao ver uma tabela explicativa de valores de beta HCG e principalmente porque bateram "certinho" com minhas duas gestações, ou seja, muito alto na primeira e muito baixo na segunda, ambos terminaram no não desenvolvimento do embrião.

Mas ATENTEM:  a MEDIANA é que serve como base de análise. 

Beijos!




segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Beta HCG - Tabela de Valores de Referência

Olá, amigas.

Esse post é sobre a tabela que anexei no último post. Na minha opinião, é um tanto furada. Coisas importantes a saber, entendidas depois de uma longa conversa com minha médica:

Não há problema se seu beta HCG for baixo com poucos dias de atraso. Pode ser que você tenha tido uma ovulação tardia sem saber. Eu fiz o exame com um pouco mais 48h de atraso e deu 111,80 mUI/ml. E se encaixava direitinho na tabela de referência do HCG abaixo, leiam o post anterior para entender.
Vi casos em que eram menores no mesmo prazo que o meu, tipo: 97,00 mUI/ml, 49,00 mUI/ml, entre outros. O mais importante é que ele no MÍNIMO dobre em 48h. "Dobrar" é uma referência baseada na média, porque na verdade ele sobe um pouco mais. Isso sim é sinal de gravidez em curso normal.
Queria aqui ressaltar a importância do acompanhamento da gravidez pelo exame de beta HCG. Isso evita muitas frustrações. Eu realmente sou atípica, acho bem chato detonar uma expectativa de ser mãe, mas não triste. Para eu ficar triste, tem que ser algo que me ameace. E para me ameaçar, tem que ser algo muito grave, sem saída, entendem? Mas muitas mulheres não pensam como eu, acho até que a maioria... E muitas ficam em êxtase quando fazem o primeiro beta, para algumas é a realização de um sonho. Daí vão ao médico e eles marcam uma USG para algumas semanas depois. Neste hiato, zilhões de planos são gerados: quartinho, roupinhas, parto... Conversas e inscrições em blogs, apps no iPhone rsrs. E isso é perfeitamente normal, contanto que seja para um evento que vai progredir! E o beta nos diz bastante sobre isso.
Nessa fase de gravidezes, eu estudei bastante sobre o assunto e tem duas coisas básicas que eu destaco:

1. Betas que sobem até 66% em 48h ou menos que isso indicam um péssimo prognóstico. Mesmo que evoluam (nessa proporção), vão desembocar no abortamento. É fato. Estatísticas médicas.

2. Betas muito altos para a idade gestacional precisam ser acompanhados com outros exames, pois também não tem bom prognóstico. Isso se você sabe ao certo o dia que engravidou, ou seja, se você faz acompanhamento seriado ou se só fez sexo no período considerado fértil e não mais até o fim do ciclo.

Eu, infelizmente, me encaixei nos dois casos. Na primeira gravidez, o beta altíssimo no início da quinta semana (7 mil e poucos) era sinal precoce da má formação, que se confirmou nos exames de ultrassom.
Na segunda gravidez, agora, meu beta aumentou próximo de 60% a cada 48h. E minha médica já marcou minha USG para tomarmos providências. Só espero que não seja ectópica, porque fujo de cirurgias! Mas já li sobre casos como o meu em que era ovo cego. Sei que vai soar estranho o que vou escrever agora, mas: tomara!

Bem, meninas, esse é mais um alerta. Espero que sirva para quem busca informações na net e dá de cara com um monte de textos técnicos e desencontrados ou mesmo religiosos, que nos confundem.

Beijos e até breve. Postarei mais tarde sobre o desfecho do meu caso.

Ah! O principal, a evolução do meu beta:

Primeiro dia da última menstruação: 11/11
Data provável da ovulação: 23 ou 24/11
Data limite para fecundação/concepção: 26 ou 27/11
Data provável da implantação no útero (7 ou 8 dias depois da concepção): entre 02 e 05/12
Data provável do início da produção do HCG: entre 02 e 05/12
Então a contagem do beta HCG pode ser iniciada tendo como datas-base 02 e 05/12 e assim consultar a tabela de semanas (veja post anterior).

No meu caso:

Data do 1º beta HCG: 11/12, 9 dias após a implantação (se considerarmos que tenha ocorrido em 02/12) ou 6 dias após a implantação (se considerarmos que tenha ocorrido em 05/12).
Valor: 111,80 mUI/ml.
Consultando a tabela: usando a data máxima para maior segurança, 9 dias, ou seja, 1 semana e 2 dias, deveria estar entre 50 e 100 mUI/ml. Sendo assim, com 111,80, me encaixei!


Data do 2º beta HCG: 15/12, 13 dias após a implantação (se considerarmos que tenha ocorrido em 02/12) ou 10 dias após a implantação (se considerarmos que tenha ocorrido em 05/12).
Valor: 279,90 mUI/ml.
Evolução: aumento de aproximadamente 60% a cada 48h.
Consultando a tabela: usando a data máxima para maior segurança, 13 dias, ou seja, 1 semana e 6 dias, deveria estar entre 50 e 100 mUI/ml. Sendo assim, com 279,90, passei!


Data do 3º beta HCG: 17/12, 15 dias após a implantação (se considerarmos que tenha ocorrido em 02/12) ou 12 dias após a implantação (se considerarmos que tenha ocorrido em 05/12).
Valor: 303,10 mUI/ml.
Evolução: aumento de aproximadamente 8,30% a cada 48h.
Consultando a tabela: usando a data máxima para maior segurança, 15 dias, ou seja, 2 semanas e 1 dia, deveria estar entre 100 e 5.000 mUI/ml. Sendo assim, com 303,10, passei!

É importante dizer que fiz os exames quase no mesmo horário e que fiz coito programado no mês de novembro, então não tem erro de cálculo de datas.

Nem preciso dizer que não será necessário fazer outro beta. O alívio de tudo isso é que cresceu pouco, então creio que já esteja próximo do declínio e abortamento. Vou tentar como da outra vez, se estiver no útero, quero que seja natural, sem curetagem.

Ufa! Tchau!


domingo, 16 de dezembro de 2012

Bad news :(

Olá, queridas.

Bem, parece que o nome deste blog foi profético: vou ter que partir para a FIV mesmo. Digo isso porque eu até pensei em mudá-lo quando descobri minha segunda gravidez dia 10/12. Siiiim, eu até que engravidei bem rápido depois do aborto, no segundo ciclo de tentativa.
Fiz o beta no dia 11/12 pela manhã, dia que minha irmã estava indo para a maternidade ter meu "coisoco lindo"... E um pouquinho antes dele nascer, vi meu resultado pelo celular: 111,80 mUI/ml. No caminho para casa, dei uma espiada no celular mesmo se o valor estava coerente com 48h de atraso e o primeiro post que encontrei relatava um caso idêntico ao meu, só que o valor dela era 97,00 mUI/ml... E a gravidez foi super normal! Fiquei satisfeita, estava feliz com a chegada do meu afilhado junto com a notícia que poderia ter uma gestação saudável desta vez.
Lembrando um pouquinho minha história: após a primeira perda, fui à uma médica especialista em reprodução humana, realizei todos os exames para descobrir a(s) provável(is) causa(s) do aborto. Os exames apontaram que sou provável portadora de trombofilia e que tenhoTireoidite de Hashimoto, mas também que ainda não sofri consequência alguma referente à ambas. Sendo assim, ela me receitou Puran T4 25mg e me informou que, já que eu queria tentar por 3 meses engravidar naturalmente (não tinha históricos anteriores de aborto, então tinha esperança de ter a sorte que muitas tiveram de ter uma nova gravidez tranquila), precisaria avisá-la rapidamente quando me descobrisse grávida para que ela iniciasse as injeções de heparina para prevenção de trombos. E assim foi, marquei uma consulta com ela  dia 14/12, data mais próxima disponível. Levei o beta impresso e ela me pediu para fazer outros dois a cada 48h para acompanhar a evolução e já me receitou o Clexane 20mg para início imediato. Mandou que eu fizesse o beta no dia seguinte de manhã, sábado (15/12) e o outro dia 17/12. Quando eu estava me despedindo, ela me disse: "me liga assim que sair o beta, não tem problema ser sábado ou domingo, geralmente sai no mesmo dia, mas me liga!". Aquilo martelou na minha cabeça, mas só o tempo d'eu chegar na casa da minha irmã e ver meu lindinho.... Passei o dia inteiro com eles e quando cheguei em casa, retomei a reflexão sobre o "me liga"... Por que "me liga"? Se tudo tivesse normal, ela esperaria a nova consulta, que por sinal já estava agendada para 21/12.
Quero confessar uma coisa meio boba para vocês, mas acontece direto comigo: sempre tenho grandes revelações quando estou no banho rsrs. Não sei por que, talvez porque seja um momento solitário onde posso colocar os pensamentos em ordem... Sei lá! Mas acontece assim... Bem, continuando: estava no banho e me veio na mente que o beta estava baixo... Vejam bem, eu só havia lido um caso e de sucesso. Mas saindo do banho, resolvi pesquisar e vi que muitas meninas tinham valores de beta muito maiores que o meu na mesma idade gestacional... Aquilo já me quebrou e eu senti a mesma sensação de quando vi aquele corrimento escuro que gerou meu primeiro aborto. Galera, é chato pra car$#%&!!!!
Mas aí achei uma tabela que indica valores do hormônio a partir da implantação do óvulo fertilizado no úetro, espiem abaixo e vejam que eu me encaixo direitinho. Assim: fiz coito programado e a concepção ocorreu no máximo dia 25/11. Contando mais 7 dias para implantação no útero, 02/12. Fiz o primeiro beta em 11/12, ou seja, 9 dias depois. Como deu 111,80 mUI/ml, achei compatível com os valores da tabela para 1-2 semanas.
Acordei dia 15/12 com uma péssima sensação... A memória sempre nos trai, meninas! Isso é fato. Mesmo eu tendo passado "bem" pelo primeiro aborto, não deixou de ser um evento péssimo, né? Fiz o outro beta e tentei relaxar, mas não consegui de forma nenhuma. Para completar, tive que fazer um novo cadastro de paciente no laboratório que eu escolhi porque o sistema estava com problema e, quando fui verificar o andamento do exame via internet, cadê meu cadastro??? Não existia! Tive que ligar e fazer ameaças sérias, depois tudo se resolveu. Dessa vez a ansiedade me pegou, olhava de 20 em 20 minutos... Mas no fundo eu sabia que tinha algo errado. Vou corrigir: suspeitava. Outro fato curioso: meu marido é um cara super presente, mas nas vezes em que tive essa chata notícia de não evolução da gestação, minha mãe estava comigo. Da outra vez, ela viu o ultrassom sem batimento. Desta vez, estava com ela ao telefone quando saiu o resultado: 279,90 mUI/m. Deveria estar por volta de 500 :(
Liguei para minha médica que disse que realmente esse valor não era bom, mas que teria que fazer mais dois betas para acompanhar e continuar com o Clexane (falando nisso, para quem tem medo de agulha: não dói nadinha!!! Juro.). Quase desisti do Clexane, mas apliquei. Protocolo é protocolo, né? Mas, como sou mais racional que emocional, sei que esta gestação nem de longe vai adiante. Só espero que não seja algo sério, tipo gravidez ectópica... Um ovo cego já me deixaria feliz rsrsrsrs. É sério, já que está sacramentado o fracasso dessa gravidez, que seja algo que eu possa me livrar rapidamente e de forma natural, como da outra vez. Tomara!
Para finalizar, não está sendo nada dramático esse novo aborto... O primeiro foi bem mais 'pesado'. Agora minha mente está tranquila, focando só na minha saúde. Espero não ter que passar por cirurgia nenhuma... Fim de ano, gente!!! Pelamor! Daí fico pensando: p%$$, olha como eu fui irresponsável! Fazer um filho próximo de festas de fim de ano, já tendo tido um aborto antes... Energúmena! kkkk Mas tudo é experiência. Agora vou pensar na FIV para o ano que entra. Mas antes vou ajustar minha vida profissional, que está uma zona.
Amigas, aproveito para desejar boas festas à todas. Beijos!


domingo, 18 de novembro de 2012

Olá, minhas queridas antigas e novas amigas! 


Primeiramente eu quero me desculpar pela ausência, é aquela história, um vento forte sempre precede uma tempestade e minha situação profissional e pessoal "apertou" (puro eufemismo) bastante.

Pois bem, vamos ao que interessa, o resultado dos exames, que ficaram prontos após 21 dias:



















Agora os que fiz no 2º dia do ciclo menstrual após o aborto:





















Os resultados anormais foram:

Mutações nos genes MTHFR A1298C e C677T

O comentário da médica foi o seguinte: estas mutações sugerem que eu tenho tendência a desenvolver trombos no futuro 6 vezes mais que um indivíduo que não as possui. E isso porque ambas estão em heterozigose. Vou colocar a situação em combinação para me fazer entender, mas antes disso é necessário que vocês saibam que o primeiro gene estudado pelos cientistas foi o C677T, responsável pela regulação da homocisteína no sangue, então vários textos encontrados na internet focam muito nele. O outro, A1298C, foi estudado tempos depois e descobriu-se que ele é co-responsável pela mesma função. Vamos lá:


Combinação 1:
Mutação no gene MTHFR C677T: HOMOZIGOSE
Mutação no gene MTHFR A1298C: AUSENTE

Quando o gene MTHFR C677T está em homozigose, a situação é a seguinte: está associada à elevação dos níveis de homocisteína no plasma e a um risco 5-6 vezes aumentado de trombose venosa. Alguns estudos têm também indicado um risco aumentado para tromboses arteriais. Os níveis elevados de homocisteína podem ser corrigidos pela ingestão de folato. Sendo assim, o gene MTHFR A1298C, mesmo estando ausente, não muda a situação.


Combinação 2:
Mutação no gene MTHFR C677T: HOMOZIGOSE
Mutação no gene MTHFR A1298C: HETEROZIGOSE

Já sabemos a situação quando o gene MTHFR C677T está em homozigose. Sendo assim, o gene MTHFR A1298C em heterozigose influencia negativamente, dada a sua co-responsabilidade na situação.


Combinação 3:
Mutação no gene MTHFR C677T: HOMOZIGOSE
Mutação no gene MTHFR A1298C: HOMOZIGOSE

Já sabemos a situação quando o gene MTHFR C677T está em homozigose. Sendo assim, quando o gene MTHFR A1298C também está em homozigose, piora tudo, elevando os riscos. É preciso acompanhamento dos níveis de homeocisteína frequentemente.


Combinação 4:
Mutação no gene MTHFR C677T: HETEROZIGOSE
Mutação no gene MTHFR A1298C: HETEROZIGOSE

Quando ambos estão em heterozigose, analisando suas funções, conclui-se que esta situação equivale às combinações 1 e 2. Nada bom!


Combinação 5:
Mutação no gene MTHFR C677T: HETEROZIGOSE
Mutação no gene MTHFR A1298C: HOMOZIGOSE

Mesmo caso, equivale às combinações 1 e 2. 


Combinação 6:
Mutação no gene MTHFR C677T: HETEROZIGOSE
Mutação no gene MTHFR A1298C: AUSENTE

Quando o gene MTHFR C677T está em heterozigose, não há aumento do risco de trombose. Sendo assim, o gene MTHFR A1298C estando ausente, risco zero.


Bem, deu para notar que meu caso é aquele que complica, né? :(

Em compensação, todos os outros exames deram normais (leia aqui um comentário sobre resultados desses tipos de exames), então ainda não sofro com evidências de trombofilia. Mas minha médica me informou que, mesmo assim, é necessário que eu tome injeções diárias de heparina quando eu engravidar. Me orientou a fazer o beta HCG com 24h de atraso, pois essa medicação entrará no mesmo dia. E ela é cara... : /
Semana passada fui fazer o exame periódico da empresa na qual trabalho, a médica me questionou sobre gravidez e contei do aborto. Olha só o caso dela: tem a perna toda com cicatrizes por conta de cirurgias por trombose, já teve embolia pulmonar e teve duas gravidezes saudáveis, sem quaisquer medicações! Nem AAS! Segundo ela, JÁ QUE MEUS OUTROS EXAMES RELACIONADOS AO RISCO DE TROMBOFILIA ESTÃO NORMAIS, seria necessário apenas um acompanhamento via exames de sangue. Achei ótimo, mas vou seguir as recomendações da minha médica mesmo.


Anti TPO elevado

Denota 'Tireoidite de Hashimoto', ou tireoidite linfocítica crônica. É uma doença autoimune, cuja principal característica é a inflamação da tireóide causada por um erro do sistema imunológico. Na tireoidite de Hashimoto, o organismo fabrica anticorpos contra as células da tireóide. Esses anticorpos provocam a destruição da glândula ou a redução da sua atividade, o que pode levar ao hipotireoidismo por carência na produção dos hormônios T3 e T4. É uma doença que tem evolução estatisticamente benigna. Pode sim ter sido a causa do meu aborto, conforme as pesquisas apontam. No meu caso, os outros exames associados à ela estão normais, então não preciso de tratamento. Quem quiser ler a respeito, este texto é bem claro:



Mas amigas, atenção: minha médica disse também que, para quem quer engravidar, os níveis de TSH e T4 livre devem estar na MÉDIA dos valores de referência. Ou seja, mesmo os meus valores estando DENTRO do VR, precisariam ser MEDIANOS. Sendo assim, tive que iniciar uma medicação para baixar estes níveis e que vai ser administrada até mesmo durante a gravidez.


Proteína C elevada

Muito bom! rsrs Ela é um anticoagulante fisiológico!


Queridas, então acho que não faltou nada. Agora estou nos treinos novamente. Meu segundo ciclo acabou de ir embora e semana que vem muito amooooor hahahahaha. Vou tentar por 3 meses apenas e se não acontecer, FIV. 


Beijos em todas e desejo apenas força física e mental, o resto vem de lambuja :)

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Menstruei!

Queridas, olá!

Meu primeiro ciclo após o aborto iniciou hoje. Vou fazer um relato cronológico para ficar claro:

Do dia em que comecei a sangrar pelo aborto (09/09) até hoje (12/10), são 33 dias.
Do dia do fim do sangramento do aborto (19/09) até hoje (12/10), são 23 dias.

Li um artigo britânico que me incentivou a começar a tentar de novo rapidamente, só que vou aguardar ao menos os resultados dos exames de averiguação do causa do aborto. Fica a dica, hein! Quero ver barrigudinhas na área em breve! :)

Beijos!

O artigo:

"As mulheres que sofreram um aborto espontâneo não têm, necessariamente, de esperar um prazo de tempo para tentarem voltar a engravidar, revela um estudo britânico hoje publicado, que contradiz as recomendações médicas.
O estudo, realizado por investigadores da universidade escocesa de Aberdeen e publicado na revista médica British Medical Journal, demonstra que as mulheres que ficam grávidas seis meses depois de terem abortado espontaneamente têm mais probabilidades de ter uma gravidez normal e sem complicações do que as que adiam o momento.
A Organização Mundial de Saúde aconselha as mulheres que sofreram abortos naturais a esperarem seis meses para engravidarem de novo, enquanto o serviço britânico de saúde recomenda uma pausa de três meses.
Contudo, a investigação dirigida por Sohinee Bhattacharya comprovou que, fisicamente, não há nenhum impedimento para que as mulheres saudáveis fiquem grávidas quanto antes. Há, inclusive, vantagens, como o risco menor de haver outro aborto e a maior possibilidade de uma gravidez normal.
Sohinee Bhattacharya lembra que as mulheres que sofreram um aborto espontâneo arriscam-se mais facilmente a passar por outro e a terem também complicações numa nova gravidez.
A equipa da Universidade de Aberdeen analisou dados de 30 937 mulheres que acorreram aos hospitais escoceses entre 1981 e 2000: todas tiveram um aborto espontâneo e ficaram grávidas depois."